Poesia Suja
Onde a intensidade dita o ritmo da sensualidade,
Rum & Cola
Cigarro na mão
Amor nos olhos
As horas passam
E já sinto as saudades
A correrem pelo corpo
Liberto o rancor em formas de fumo
No copo é aonde a minha mente segue,
sem direção sem rumo
Poderia fazer-me à estrada,
sem me importar com nada
Entrar numa casa de bordel,
deleitar-se no calor de corpos de aluguel
[...] Só que não [...]
Sorte ou destino,
preferi tomar uma dose de Sauvignon
para salvar a paz interior
que por acaso ela já terminou...
Chefia!
Abarrote o meu copo de paz, por favor
Quero achar o meu ego e
segredar-lhe os meus pensamentos...
Sangue-sangue não se fatigam
Rum para me lembrar que sou valente
E Coca-Cola para me dizer que sou de sangue puro
On-line
De manhã, o relógio marca 7hr
A luz matinal vai entrando,
escapando pelo buraco da janela
coberto por cortinas semiabertas
Cama desarrumada, lençois amarrotados
Somos cumprimentados pela luz fraca
que aterra sobre os nossos corpos
maculados, despidos como anjos
Que corpo é este, tão terno e afável, que jaz sobre o meu?
Que alma febril é esta, que me faz companhia nesta cama tão gelada como o céu?
Receio de acordá-la, mas por outro lado anseio por conhecê-la
Anseio por saber como chegou nesta cama,
e como durante a noite
ousou despir a minha solitária alma
Enfim
A calma já não reside em mim,
Chá de camomila para me acalmar,
pois peito ainda sente a repercussão daquele beijo
O coração ainda sente as vertigens
causadas pela lubricidade daqueles lábios,
rosáceos, carnudos
softs como manteiga derretida no canudo
Os nossos lábios,
como navios em alto mar
sem bússola sem vento
embateram-se um ao outro
As línguas à deriva em todas as partes do corpo,
apreciando cada onda, cada mergulho
até cair nas profundidades
das nossas profanas concavidades
Onde instigamos os gostos, odores e orgulhos
até nos afundarmos no orgasmo mútuo
Ai...
Quem é?
Mas quem é?
Será que algum dia te vou voltar a ver?
Penso nestas questões todos os dias, todas as noites
Esperando pelo momento em que entras on-line e possas me dizer novamente o teu nome...
Tudo Vale!
Tudo vale!
Nesse jogo não há batotas
Tua vitória é minha vitória
Destarte, não haver derrotas
Tudo vale!
No tapete ou na cama
Na cozinha ou na sala
No quarto das crianças
ou mesmo na varanda
Aonde quer que seja,
o importante mesmo é fazer
Mas que se faça bem!
O que é mal feito causa arrependimentos
Então façamos, meu bem
Tudo vale!
Pegar na peruca ou rasgar a camisa
Com ou sem camisinha
Rápido e forte
Ou gostoso e lento
Tudo vale!
Desarrumar a casa ou quebrar a mobília
Deixar que os vizinhos chamem a policia
Em tempos de tréguas ou intrigas
Temos de saber que haverá sempre carícias
Aonde quer que seja,
o importante mesmo é fazer
Mas que se faça bem!
O que é mal feito, causa arrependimentos
Então façamos, meu bem
Até porque,
nesse jogo vale tudo
Só não vale mesmo
é acordar as crianças.
Cabernet Sauvignon
Souvenir de uma Saudade
Às vezes, para matar as saudades, coloco uma das almofadas no peito e fico a imaginar você adormecida nele
Fico preso a acompanhar o teu lento respirar
Caindo em vertigens ao apreciar os teus cabelos a deslizarem entre os meus dedos como se fossem areia do mar
Desmaio em sonhos quando o meu coração escuta os teus batimentos cardíacos
Decifrando meticulosamente a variação de bombeio em cada teu sentimento perdido
Sinto falta de te ver a brincar no chuveiro
Vendo a água a deslizar pelo teu corpo inteiro
Saindo das montanhas dos teus seios
até perder a altitude nas cascatas das tuas pernas
Desaguando na Foz do Banheiro
As viagens não param até que eu também caia no sono.
E quando acontecer, ainda estaremos juntos, pertinhos e aconchegados
Deitados nesta mesma minúscula cama, com lençóis brancos amarrotados
Os nossos pés, que nem estrelas, juntinhos e entrelaçados
E eu a fazer cafuné nesses teus pequeninos lábios...
"Souvenir é sentir o teu perfume nestas fronhas quando tu já não estás por perto"