
Coitada de Luanda,
onde o poder compra as suas curvas
com empreitadas
Estrangeiros seduzidos pelas suas noitadas
Coitada de Luanda,
sem escolhas, ela troca tudo por kwanzas
Dando prioridade a quem mais paga
Oh, Luanda!
Mas que mulher precoce te tornaste!
Antes,
uma linda beldade,
com um corpo esbelta
e seios pequenos
Hoje,
na falta de investimento
e a barriga cheia de pneus,
já não és o predilecto pitéu
Resultado do leite ter azedado
e o esperma ter adocicado
Não passas de uma mulher
fora do padrão americano
à busca do sustento europeu
O tempo passou
Novinhas nasceram
Então, maquias a tua beleza
com betumes e pedras
para agradar o branco
que sempre preferiu as magrelas
Tal como as estradas desabam,
assim cai o teu betume com chuvas de lágrimas
Injectas a economia em tuas jardas
Declaras-te uma mulher independente
roubando terras dos outros
E para quê?!
Para ver os teus filhos únicos a sofrer,
dentro de um acaba-de-me-matar*,
a morrerem por falta de iluminação
nos labirintos do Zenga
E tu, sem vergonha na cara,
ousas, ainda assim,
exibir as tuas cirurgias plásticas
minimamente completadas,
injectando a economia em tuas jardas,
que de tanta má gerência elas apodrecem
tal como o lixo e as águas paradas
O ocidente fode e chula os barões
Os barões, de tanto stress, fodem-te a ti
E tu, sem saber o que fazer,
chulas os empregados dos barões
E assim segue o jogo da foda
Cada um pega e passa
Tal como diz a anciente história...
O poder te seduziu
A luxúria te vestiu
O tempo ditou os problemas
O dinheiro reduziu
O lixo te extinguiu
Entretanto,
ainda tens a fama
de ser a mulher mais cara
para se levar na cama
E como pode?! Se há rumores
dizendo que estás acabada
Já não dá para renovar as jardas
ou ter maquiagem betuminosas
e louboutin de varões altos
E agora, agora que a banga acabou
e a tua cara inflamou,
tens a difamação de uma prostituta
que serve a todos e agrada poucos
Quando deres por ti,
estarás outra vez grávida
E como quem da piada ri,
estaremos novamente
a bater a porta do FMI.